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Conhecimento técnico é o suficiente para contratar?
- 28 de junho de 2016
- Posted by: Consultoria Contato
- Category: Consultoria Contato
Esta semana li o texto de um Desenvolvedor falando sobre contratação, e como as “meninas do RH”, citando o autor do texto, fazem isso errado na hora de selecionar um profissional de TI. Segundo ele o RH não possui conhecimento na área e por isso deveria ficar bem longe de todas as etapas de seleção, ele acredita que o processo seletivo certo seria um teste técnico e uma conversa com um programador da empresa, para que possam conversar sobre o dia a dia do trabalho apenas de forma técnica. Ainda segundo o autor, este profissional não precisa passar por dinâmicas de grupo, testes psicológicos ou entrevistas comportamentais pois dificilmente entrará em contato com clientes e, por isso, não precisa ter habilidades de socialização, negociação e nada mais além, claro, do conhecimento técnico.
Com isso então, chegamos a minha pergunta inicial, será que realmente conhecimento técnico é o suficiente?
Pense você empreendedor: em sua pequena startup todos os colaboradores atuam de maneira ampla, onde muitas vezes precisam realizar atividades que não estavam descritas em seus cargos, onde se precisa de gente que trabalhe com propósito, com sangue nos olhos, onde a equipe precisa estar coesa em prol de um objetivo comum e todos estejam buscando desenvolvimento pessoal e profissional. Em nenhuma destas características eu citei qualquer conhecimento ou qualificação técnica, mas você não gostou de pensar que tem colaboradores assim? O conhecimento técnico – dependendo do nível, claro – pode ser desenvolvido com cursos e treinamentos que a empresa pode oferecer, mas se o indivíduo não está aberto a esse desenvolvimento, a receber e dar críticas construtivas e não estiver disposto a trabalhar em equipe de forma harmoniosa dificilmente este profissional irá se adaptar no mercado hoje em dia.
Claro, cada cargo possui (ou deveria possuir) suas competências essenciais bem descritas. Não tem porquê exigir que um desenvolvedor que não entra em contato com os clientes possua o dom da negociação e seja um expert em falar em público, mas temos sim que se atentar ao comportamental no sentido de que, no mínimo, ele esteja de acordo com a cultura da empresa, consiga se relacionar com sua equipe e, mais ainda, que esteja disposto a aprender e se desenvolver seja na área técnica ou comportamental. Hoje não se pode mais ter essa visão de que programador top é aquele quietão que fica sentado no computador o expediente inteiro, não fala com ninguém, não socializa, não aceita críticas, acha que está na razão o tempo todo e, ainda, acredita que por ser programador não precisa mesmo desenvolver estas competências.
Por isso eu acredito que o conhecimento técnico é sim muito importante, mas sozinho não é o suficiente. Na hora de contratar profissionais na área de TI o RH precisa se especializar, precisa conhecer sobre o que está falando, mas ele está ali para avaliar o comportamental do candidato e se suas competências e valores estão de acordo com a vaga em questão. O que não exclui o teste técnico e a conversa com o gestor, todas são etapas de um mesmo processo e igualmente importantes.
Por Ana Carolina Ribeiro